Regina Marconi

Das linhas que estão traçadas, entendo pouco. Caminho sobre traços invisíveis, numa estrada à frente sempre desconhecida, sempre diversa.

Talvez por isso, por ter andares tão distintos, são diferentes os materiais nas minhas andanças.

Diverso é o trabalho mas nele a poética sempre transita entre a memória e o desassossego de quem se nega a naturalizar a opressão, a violência, o terror.

Da mão

Fotomontagem
35cmx120cm – 2003

Currículo

Carioca, com formação artística a partir de 1993 na Escola de Artes Visuais do Parque Laje, no Rio de Janeiro, onde, entre outros, participou do Arte Produção e Conceito I e II e teve oportunidade de estudar e discutir seu trabalho com artistas e críticos renomados. Entre 1999 e 2001 frequenta o ateliê de Anna Bella Geiger.

A partir de 1998 inicia a exposição de seus trabalhos somando hoje 38 coletivas e 08 individuais em espaços públicos e privados, seus trabalhos integram os acervos de algumas dessas instituições. Participou de inúmeros eventos e instalações e faz parte de vários catálogos e revistas.

Essas exposições realizadas no Brasil e no exterior nas cidades de Paris e Rennes/FR, Valência/EP e Rosário/AG, traçam a trajetória do trabalho desenvolvido.

O trabalho desenvolvido

Memória. Espaços vazios. Imagens vivas, imagens tênues. Imagens de outrora repetidas e repartidas como os destroços das guerras de antes e as de agora. Cenários e atores não usuais tornados corriqueiros pela mídia impressa entrelaçam-se. Fotos antigas que em sua época capturaram um instante a ser relembrado ou o casario recriado em novos e inusitados sítios utilizam resoluções tecnológicas contemporâneas que reproduzem essas fotografias e sobre elas a aquarela repousa seu traço leve transformando-as. Tanto quanto os materiais utilizados, tradicionais e experimentais, que convivem e se completam, os motivos são buscados em diferentes personagens e épocas. A imagem contemporânea veiculada pela imprensa convive com a arte reconhecida desde sempre. Nesse movimento, onde o antigo e o contemporâneo coexistem, a poética revê os registros perpetuados pela arte ou pelo descartável e simples jornal cotidiano. A imagem, a palavra, a imagem que a palavra projeta e a imagem que remete a uma outra trazem, produzem, tomam partido de uma idéia. O antigo e o contemporâneo denunciam sua coexistência no produto final do trabalho que traz, capturada, a história que o forja.